segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

De Pedro Lage de Beatriz Provasi (2009)


Meu Poeta Mais que Oculto

Onde se perde, no labirinto dos lábios,
uma romã de olhos verdes e andar de colibri?
- Você acredita em cinema?
- Sim.
- Você acredita em poesia?
- Sim.
- Você quer ser uma princesa?
- Aí, depende.
- Você depende do caos?
- Também.
Ela se move na noite dos beijos mais...
e passa, deusa-menina, no lapidário dos ecos
para me dizer que escapou por um triz.
- Você acredita em teatro?
- Mas, é claro que sim!
Ela é o amor que não se deu porque voou
com seus olhos de aurora
e a vida ficou toda aa sua frente, cheia de ninhos
e bosques sensuais, até se perder nas moléculas
inchadas do futuro. Nunca é demais lembrar
mesmo no abismo dos versos
que por ela suspirou o poeta, que por ela
morreu o poeta – quem, mais que tudo, a quis
até queimar-se nas asas do outono.
Ai de mim!, como imaginar que eu poderia
na várzea da cidade insone, imprimir meu nome
e dar dizer colar o meu amor a Beatriz!



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